Hoje eu fiz uma faxina.
Espanei a poeira
e as teias de aranha acumuladas.
Tirei o cheiro de mofo que impregna áreas mal ventiladas .
Revirei as gavetas
e recantos mais obscuros do armário.
Do fundo do baú sacudi lembranças tolas e amarrotadas.
Lavei toda a roupa suja.
Em casa.
Nódoas desbotadas insistem em macular o alvo tecido.
O que não me serve,
já não quero mais,
não há porque ser guardado.
O que não me serve,
já não quero mais,
não há porque ser guardado.
Joguei cartas fora,
rasguei velhas fotos,
queimei promessas de amor abandonadas.
Hoje eu faxinei a alma.