17 de agosto de 2009

Em caminho.



Lá estava ela novamente. Cara a cara com o asfalto que tanto tentara evitar nos últimos dias. Atravessando a ponte deixou pra trás a Cidade Maravilhosa e o seu caótico trânsito urbano, que até pouco tempo lhe causava uma fobia incontrolável. O amor pela estrada aflora, reafirmando o seu gosto inato pela liberdade. Ou seria o eterno carma de mudanças incessantes herdado da bisavó cigana?

Viu-se sem destino. Mas bem sabia que, se observasse com um pouco mais de cuidado, poderia enxergas os multiplos destinos ofuscando-se mutuamente no horizonte. Tudo é apenas uma questão de escolha. Ou não? Todos os caminhos levam a romA? Talvez. Sentia na pele toda a adrenalina de um ciclo que se encerra, deixando atrás de sí o vazio criativo onde nascem todas as possibilidades.

É possível percorrer dois caminhos paralelos de uma só vez? Desafiando as leis da física, ela acredita que sim. E segue ensandecida tentando ocupar dois lugares no espaço ao mesmo tempo. Agora. Ou qualquer coisa perto disso. Deseja no seu íntimo que os caminho confluam harmoniosamente, tornando-se um só. Mas e se eles sse abrirem num ângulo agudo e se tornarem tão distantes que suas pernas já não possam alcançá-los, que farás?

Sem respostas permite que a dúvida rasgue-lhe ao meio, transformando-a em duas metades inertes que se arrastam dentro do louco furacão que se move todos os dias.

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